GENÉTICA CANINA: A ESCOLHA DE UM CÃO
A ANOMALIA DO OLHO DO COLLIE
(CEA - collye eye anomaly)
COMO DETECTAR O CRIADOR QUE TRABALHA PARA DIMINUIR O NASCIMENTO DE ANIMAIS COM "CEA"?
O criador responsável...
...realiza a avaliação dos familiares dos animais que serão cruzados. Se um cão tem algum parente com o diagnóstico de CEA, o mesmo não deve ser cruzado com outro cão semelhante. É importante não realizar cruzamentos consanguíneos, pois os mesmos aumentam muito a chance de nascimentos de filhotes com esta doença.
Antes de escolher seu filhote, converse com o criador sobre as maneiras como ele avalia seus cruzamentos com relação a esta doença.
Muito cuidado com o criador que cruza os animais de forma aleatória, sem se preocupar com o grau de parentesco, bem como com a verificação da predisposição genética do animal que poderá ser um portador silencioso da mutação causadora da doença. Cuidado também com o criador que realiza cruzamentos consanguíneos, pois isto aumenta a chance de nascimento da doença
Descrição:
A anomalia do olho do collie é uma doença hereditária de característica recessiva, caracterizada pelo desenvolvimento incompleto da coroide, a camada altamente vascularizada do olho que supre a retina de sangue e nutrientes. Esta anomalia é um dos problemas oftalmológicos mais comum em cães, e provoca a diminuição da visão ao longo da vida, em graus extremamente variáveis: alguns cães podem ser levemente afetados, com pequenas perdas de visão, mas em outros animais a doença é severa e leva à cegueira completa causada pelo descolamento da retina.
Estudos descrevem que até 3% de animais desta raça possuem esta enfermidade no mundo. Além disto, estima-se que ao menos 6% dos animais possuem essa mutação, sem manifestar a doença, sendo denominados portadores assintomáticos. Por ser uma doença recessiva, no cruzamento entre dois animais portadores assintomáticos 25% da prole terá a doença, e o cruzamento entre parentes aumenta muito a chance de nascimentos de animais doentes.
Diagnóstico:
A CEA pode ser diagnosticada através do exame oftalmológico realizado entre 5 e 10 semanas de vida, idade em que o animal ainda está com a visão normal; o ideal é que o exame não seja realizado após as 12 semanas de vida, devido ao aumento de pigmentação do olho, o que pode tornar a visualização da anomalia mais difícil de detectar, e resultar em um exame falso negativo. Este tipo de avaliação fornece o diagnóstico precoce da CEA, mas não possui a capacidade de prever a rapidez em que ocorrerá a perda de visão, nem se ocorrerá de maneira completa. O que a maior parte da população (criadores e tutores) desconhece é que o diagnóstico precoce desta enfermidade pode ser feito mesmo antes do primeiro colapso, inclusive no animal recém nascido. Este diagnóstico é feito através de exame de DNA, disponível tanto em laboratórios do exterior como do Brasil, onde se observaa a presença ou não da mutação genética. Este teste demonstra se o animal tem a doença, se o mesmo é normal ou se o mesmo é portador silencioso da mutação. Leia mais aqui sobre estes testes de DNA.
Para saber mais...
- Walser-Reinhardt M. e cols(2009). Collie Eye Anomaly in Switzerland. Heft 12, Dezember 2009, 597 – 603 (pdf)
- University of Prince Edward Island (UPEI) http://discoveryspace.upei.ca/cidd/disorder/collie-eye-anomaly-cea
- Laboratório Paw Print: https://www.pawprintgenetics.com/products/tests/details/92/?breed=34